segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Medicamentos para o Transtorno Afetivo Bipolar(TAB)- Parte 2

O transtorno Afetivo Bipolar(TAB) cursa com episódios maníacos ou hipomaníacos, alternados com episódios depressivos. Quando o paciente está manifestando sintomas maníacos agudos, o uso de estabilizadores de humor(EH) é mandatório. O surto maníaco caracteriza-se por uma excitação das funções psíquicas e motoras. O paciente sente-se eufórico, grandioso, hiperativo, inquieto, podendo chegar a ter comportamentos bizarros e delirantes de grandeza. Ele está geralmente falante( verborreico), com fala acelerada( taquilalia), com fuga de idéias, pulando de um tópico para outro sem fio associativo. Nesta fase são necessários medicamentos que acalmem o humor e recoloquem o paciente novamente proximo da normalidade. O primeiro estabilizador já citado é o carbolitium. Ele é um metal, o mais leve da tabela periódica, não sofre metabolização no fígado, isto é, da mesma maneira que entra no organismo humano é eliminado depois de algumas horas. É necessário o acompanhamento dos níveis sanguíneos desse medicamento, conhecido como litemia, porque níveis muito elevados são tóxicos para a saúde e níveis baixos são ineficazes. A dosagem do lítio se faz depois do primeiros dez dias de uso, no primeiro mês, depois três meses e até 3 vezes ao ano, conforme necessário. Muitos medicamentos clínicos interagem com o lítio, podendo elevar os seus níveis sanguíneos, com risco de intoxicação. É recomendável a realização de um check up clínico antes de iniciar com essa terapêutica, incluindo exame de sangue e eletrocardiograma.
O lítio é um excelente estabilizador de humor, sendo considerado o padrão-ouro do tratamento dos pacientes bipolares. Isso significa que os outros medicamentos existentes no mercado são comparados com o lítio nas pesquisas clínicas. Nenhum deles mostrou-se superior ao lítio em eficácia, mas muitos medicamentos novos são melhor tolerados pelos pacientes. Os principais efeitos colaterais do lítio são o ganho de peso, disfunção da glândula tireóide, insuficiência renal, tremores, etc. Por ser um medicamento barato e disponível nos postos de saúde, ainda é bastante usado. Ele está preconizado nos protocolos de tratamento para o TAB clássico- aquele com episódios maníacos e depressivos marcados, com menos de 4 alternâncias por ano. Em quadros de TBA cicladores rápidos( > 4 episódios por ano) , a sua eficácia terapêutica é baixa, sendo recomendável usar as novas classes de medicações estabilizadoras de humor, principalmente os anticonvulsivantes e os antipsicóticos atípicos.

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