quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Mudanças na Psiquiatria em 2012 e 2014



A partir de 2012 vai haver a reformulação do DSM-IV TR( manual diagnóstico e estatístico em Psiquiatria), formulado pela APA( Associação Psiquiátrica Americana). No ano de 2014 vai ser a vez da reformulação da CID 10( Classificação Internacional das Doenças), elaborada pela OMS(Organização Mundial da Saúde) e adotada no Brasil.
No Congresso Brasileiro de Psiquiatria deste ano, tivemos a presença do Prof. David Goldberg, um dos integrantes do grupo responsável pela revisão e reelaboração do classificação diagnóstica dos transtornos de humor.
O interessante é que existem grupos de estudos no mundo inteiro, que terão a oportunidade de contribuir com idéias ,via internet, para a coleta de dados e experiências clínicas, tencionando aumentar a fidedignidade dos diagnósticos psiquiátricos. Num modelo parecido com a "Wikipedia", várias mãos vão elaborar o esboço inicial das classificações, que serão revisadas pelos comitês temáticos posteriormente. O prof. Luis Rohde, da UFRGS, é um dos representantes brasileiros no comitê de revisão do diagnóstico de TDAH.
O Dr. Mario Juruena, da Unicamp, ressaltou que alguns diagnósticos estão em revisão. Por exemplo, a melancolia, que atualmente é um especificador de alguns quadros depressivos, poderá ganhar "status" de entidade nosológica independente. Os critérios de TDAH vão ser ampliados, com a idade de aparecimento na infância sendo ampliada dos atuais 7 anos para os 12 anos.
A ideia é englobar os novos conhecimentos de diferentes áreas como neurociências, genética, estatística, para dar uma consistência maior aos diagnósticos. Atualmente os critérios são fenomenológicos( baseados em observação e descrição), com muita sobreposição de sintomas, o que confunde a acurácia diagnóstica. No futuro, o objetivo é sofisticar os diagnósticos utilizando todos os avanços que a ciência moderna oferece.
Outros pesquisadores questionam a validade da separação de quadros depressivos e ansiosos, mas evidências fortes demonstram que essas duas entidades são separadas, devendo ser diagnosticadas de maneira independente. Provavelmente isso não irá mudar nas próximas classificações.

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