sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O cérebro do psicopata

Desde do conhecido caso "Phineas Cage", um operário de mineração, que sofreu uma lesão no lobo frontal, por transfixação causada por uma barra de ferro, num acidente de trabalho, que o interesse no cérebro como o local das alterações mentais se intensificou. O pacato operário sobreviveu , mas mudou a sua personalidade. Era uma pessoa gentil e cumpridora dos seus deveres. Depois do acidente apresentou mudança comportamental, ficando agressivo e irresponsável. Portanto, o lobo frontal( atrás da testa) é importante na regulação dos comportamentos socialmente desejáveis( cérebro moral).
Os psicopatas apresentam alterações na anatomia e funcionalidade do cérebro. Isso tem sido demonstrado em diferentes pesquisas pelo mundo afora, inclusive no Brasil. Quando comparados com pessoas sem comportamento antissocial, o cérebro dos psicopatas apresenta uma ativação mais intensa do lobo pré-frontal, na região responsável pela análise racional e fria dos julgamentos. Por outro lado, o lobo pré-frontal frontopolar, responsável pelo senso de responsabilidade social, planejamento futuro, capacidade de concentração e abstração, que determinam o sentimento de culpa, tiveram ativação baixa. Outros circuitos com ativação anômala foram os lobos temporais anteriores, que também tiveram ativação baixa. Eles são responsáveis pela decodificação emocional nas relações sociais. O sistema límbico também estava hipofuncionante. O sistema límbico é centro das emoções. Ele se ativa em situações angustiantes, que envolvem medo de fazer algo errado ou compaixão pelo sofrimento alheio.
Os psicopatas possuem um "cerebro frio", são hiperfuncionantes na área analítica e hipofuncionantes na área emocional e social. Por isso cometem crimes com estratégias complexas e são frios na execução.
Se o cérebro do psicopata é anormal, como podemos culpá-los pelos seus atos? Esse é um questionamento psiquiátrico. Ele tem culpa de ter nascido com a genética alterada, crescido num ambiente facilitador, gerando esse resultado final? Não seria uma doença neurológica como outra? Estritamente do ponto de vista médico, talvez. Mas quando envolve a sociedade, e as repercussões perigosas desses comportamentos disruptivos no bem-estar coletivo, somente a ciência e a medicina não podem monopolizar as respostas. Mesmo doente, eles não têm permissão para justificar seus atos. Precisam ser obrigados a parar! Através do uso da força se necessário, até que algum tratamento surta efeito. Até agora, existem relatos de que a ingestão de ômega 3( óleos de peixe) parece ter reduzido o comportamento antissocial em algumas pesquisas. Ainda é cedo para termos esperança. É melhor mantermos a atenção e nos protegermos contra esses doentes-criminosos! Ou seriam criminosos-doentes? O futuro dirá!

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