terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Antidepressivos e Disfunção Sexual



A depressão é um trantorno que causa disfunção sexual. Um dos sintomas presentes na síndrome é a diminuição da libido e disfunção erétil. Quadros ansiosos também causam alterações sexuais. O estresse crônico, pela secreção de hormônios vasoconstritores, como a adrenalina, provocam diminuição do fluxo sanguíneo na região irrigada para a ocorrência da ereção ou lubrificação vaginal.

Se a pessoa ainda abusar de álcool, for tabagista, usar medicamentos anti-hipertensivos, for diabético, for sedentário, o risco de disfunção sexual multiplica-se.


Em nível cerebral, a alteração dos neurotransmissores contribui para a disfunção sexual. Trabalhos comprovam a participação da serotonina e da dopamina em sistemas reguladores do desejo sexual. São justamente esses neurotransmissores que se encontram alterados em quadros depressivos e ansiosos. Quando regulamos esse sistema de neurotransmissão, o desejo sexual e a potência sexual se normalizam. Entretanto, os antidepressivos podem piorar a disfunção sexual, principalmente os inibidores da recaptação da serotonina(ISRS). Por atuarem em diferentes receptores cerebrais, podem inibir justamente aqueles envolvidos com o impulso sexual. Os efeitos colaterais sexuais com o uso de antidepressivos pode acometer até 1/3 dos pacientes tratados.


Dos antidepressivos disponíveis no mercado( 39 medicamentos), apenas três apresentam um potencial mínimo ou nulo de causar disfunção sexual. Quando o paciente se queixa de disfunção sexual, torna-se necessária a substituição do medicamento, inclusive testar outra classe medicamentosa que não afeta a função sexual. Apenas três medicamentos é insuficiente ainda, porque além de evitar a disfunção sexual, precisamos adaptar o medicamento ao perfil de sintomas do paciente. Isso acaba limitando bastante as combinações disponíveis. Os medicamentos mais modernos causam menos disfunção sexual, o que aumenta o percentual de sucesso na maioria dos casos.


Na fase aguda da doença depressiva, as mulheres aceitam tolerar os efeitos colaterais sexuais, mas a longo prazo isso torna-se inviável, porque uma vida sexual saudável e ativa faz parte da rotina da maioria dos casais. Os homens são pouco tolerantes a quaisquer disfunções sexuais, mesmo por curtos períodos de tempo. Portanto, um dos desafios do tratamento antidepressivo é compatibilizar a ação terapêutica dos medicamentos com a minimização dos efeitos colaterais em geral , e a disfunção sexual em particular.




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