sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Paradigma Mente-Cérebro

Atualmente o Paradigma Mente-cérebro considera que todo o transtorno mental tem um padrão neuronal( cerebral) correspondente. Alterações nas sequências dos processos neurais causaria sintomas mentais patológicos.
Nem sempre foi assim. No estudo da evolução histórica dos transtornos mentais, desde a época de Hipócrates( pai da Medicina), a doença seria o resultado do desequilíbrios dos humores corporais: bile negra, bile amarela, sangue e fleuma.
Na idade média acreditava-se que a doença mental era causada por alguma perturbação do espírito( que sem mantém até os dias atuais em algumas culturas, inclusive brasileira). O demônio apoderava-se do espírito da pessoa, deixando-a depressiva ou insana.
Mais tarde, o médico Franz Mesmer descobriu o " magnetismo animal", que poderia causar a loucura, caso fosse bloqueado. O hipnotismo seria a maneira de controlar esse fluxo magnético.(daí surgiu o termo mesmerizado, magnetizado).
Posteriormente a Psicanálise tomou conta do cenário das doenças mentais, através de Sigmund Freud, que preconizou a existência do inconsciente e os seus conflitos geradores de doenças. Através da psicanálise, seria possível curar essas neuroses, conscientizando os conflitos emocionais reprimidos.
Transtorno mental é catalogado pelos manuais diagnósticos e estatísticos utilizados pela Psiquiatria. Toda vez que uma pessoa vivencia o mundo de maneira diferente das outras pessoas, a ponto de causar comportamento anormal, que prejudica o seu bem-estar pessoal e social, estamos diante de um transtorno mental. A definição dos transtornos é fenomenológica( descrição ateórica dos sintomas), com o agrupamento de classes de sintomas( síndrome), estendidos num tempo mínimo necessário para o diagnóstico psiquiátrico. Obviamente que a cultura influencia a classificação nosológica( das doenças). Dependendo da cultura, algo pode ser considerado normal ou patológico.
Em geral, os transtornos mentais são decorrentes de alterações no funcionamento cerebral( doenças funcionais), na estrutura anatômica cerebral( doenças degenerativas), causadas por trauma ou lesão cerebral, resultados da vulnerabilidade genética em associação interacional com o meio ambiente. Com o avanço da neurociência e aprimoramento dos métodos de neuroimagem, cada vez mais se estuda o paradigma mente-cérebro, procurando correlacionar as alterações entre ambos.

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