quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Legalizar a Maconha?

Li recentemente uma reportagem na revista Galileu, onde quatro conceituados neurocientisitas defendem a legalização da maconha. No contraponto, temos dois psiquiatras da USP contrários à legalização.

Sem parecer "dramático", posiciono-me contra à legalização da maconha e qualquer outra substância química , sem controle médico, que tenha o potencial de causar danos à saúde física e mental das pessoas e danos à saúde social.

Se uma pessoa quiser fumar maconha, que o faça na privacidade da sua casa. A legalização da maconha é estender esse limite para fora, envolvendo a sociedade como um todo. Quanto a isso, não podemos concordar, porque o  meu direito começa onde termina o seu direito. E o meu direito é não ser submetido aos vícios de quem quer que seja, incluindo cigarro, álcool e outras drogas!

O uso de maconha provoca danos comprovados ao Sistema Nervoso Central(SNC). Apesar da opinião permissiva dos renomados neurocientistas, essas evidências estão disponíveis em publicações científicas. Minimizar isso através da legalização é irresponsável. Não se resolve um problema, criando outro. Se os governos estão perdendo a guerra do combate às drogas( o problema), legalizar o uso das drogas( outro problema) não vai amenizar o caos social causado pelo consumo, nem diminuir o tráfico.

O dinheiro do tráfico vêm de outras drogas, não da maconha, por ser barata e de fácil acesso. O que a legalização vai produzir é o aumento do consumo, seja por curiosidade, seja porque é "permitido mesmo". Isso produzirá o aumento do percentual de jovens que  experimentam, com o consequente aumento da dependência e o desencadeamento de outras doenças médicas e psiquiátricas. Qual será o benefício social disso? ? Ao meu ver, nenhum.

O debate quanto à legalização da maconha é um sintoma do fracasso dos governos em controlar o tráfico de drogas. Se não conseguem controlar, inventam "soluções" para o problema. Se não conseguem vencer o inimigo, buscam aliar-se a ele. Admitamos que esse não é o melhor caminho em defesa do interesse social.

O usuários de drogas têm a  inclinação de achar que não são doentes. Eles "param na hora que quiserem". O que observo é que essa hora nunca chega voluntariamente. Alguns morrem e matam outros antes dessa bendita hora chegar. Os usuários de drogas( inclusive a maconha) colocam a vida de pessoas inocentes em risco, quando usam a substância e vão para as ruas. Eles causam acidentes!!!!! Sim , as drogas nublam as percepções, rebaixando o estado de consciência. E uma pessoa sem percepções é  um risco, seja  dirigindo carros, operando máquinas, tomando decisões ou agindo impulsivamente.

Por isso, se você quiser usar drogas, o problema é seu! Use no recôndito do seu quarto ou casa. Não invada a vida dos outros que não querem sofrer as consequências da sua escolha individual.

Os usuários de drogas têm a inclinação de defender o uso de drogas( apesar das evidências dos malefícios) e procuram arrebanhar o máximo de "parcerias" para o grupo. Parece que se entorpecer sozinho não tem muita graça. Usar drogas é uma escolha individual.  Arrebanhar outros para o uso é aliciamento social. Deve ser combatido. Qual a diferença entre um traficante e um usuário aliciador? Se o resultado final vai ser o aumento do consumo, produzindo mais ganhos para o traficante e perdas para a sociedade?

Usuários de drogas são pessoas muito doentes. Essa observação é psiquiátrica. A droga invade a estrutura de personalidade como um parasita psicológico. Se tiramos a droga, a pessoa fica mutilada. A partir desse momento, desaprende a viver! Falta-lhe algo, falta-lhe a identidade. Muitos sacrificam o potencial produtivo da vida  pelo uso compulsivo de mais e mais doses. Uma pessoa busca a  " liberdade" através das drogas e acaba se transformando num escravo delas. Perde a sua autonomia, autodeterminismo e a Liberdade verdadeira. O dependente e o usuário buscam " a alteração de consciência" e encontram o rebaixamento da consciência, tornando-se insensatos e estúpidos, com atitudes anti-sobrevivência.

Sou contra à legalização da maconha, porque sou a favor de medidas que elevem a ordem social , que sejam pró-sobrevivência e não o contrário.

Como médico, serei sempre contra substâncias danosas à saúde e à mente humana. O maior exemplo de responsabilidade é não sobrepujar o interesse coletivo para fomentar desejos e interesses pessoais. Quando a mente humana se torna embotada, começa a buscar soluções inadequadas. Perdem-se objetivos que valem o esforço de melhoramento humano.Quando o EU fica maior do que o nós, estamos diante da irresponsabilidade e da imaturidade. Usar maconha e outras drogas é viver uma eterna "infância perigosa" que priva o mundo da evolução necessária  à níveis mais altos de Consciência e Felicidade.

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